domingo, 19 de julho de 2009

Ultimamente tenho vivido apenas.

Aproveito todos os meus dias para fazer aquilo que gosto e com as pessoas de quem gosto. Sinto-me bem assim. Sinto que estou a aproveitar de forma bastante positiva o meu dia-a-dia.

Infelizmente, num momento de reflexão, apercebi-me que continuo a sentir-me magoada. Posso estar a seguir a minha vida “sozinha”, mas tenho consciência que ainda são difíceis aqueles momentos em que sinto a falta de estar e falar com alguém que num certo momento foi e é bastante importante para mim. Magoa-me a facilidade com que as outras pessoas vivem como se tu ainda estivesses cá Pai, sem sentir a tua falta, por mais pequena que seja. Cheguei à conclusão que, essas pessoas não sentem tanto a tua falta como eu, que vivi durante 19 anos e meio contigo. Uma vez disseste-me: ”és forte filha, e um dia vais-te aperceber disso”. Hoje sou obrigada a dar-te razão. Só uma pessoa forte como eu era capaz de suportar tanta coisa como já suportei até hoje. Talvez tenha sido por isso que Deus me escolheu para estar ao pé de ti quando partiste para nunca mais voltar. Sim, eu estava lá quando tudo aconteceu! E, apesar de na altura não ter percebido porquê, agora sei que foi porque Deus sabia que gostavas e sempre gostaste de mim, e queria que eu estivesse lá na altura. Apesar de querer, não pude fazer nada para te ajudar. Sabes bem que não se pode mudar o destino, e o teu já estava traçado. Estava traçado que só irias durar 54 anos e 9 meses, e alguns dias. Estava traçado que a tua vida ia acabar no dia 11 de Janeio de 2009, pelas 10.00 da manhã, e que nos ias deixar destroçados. Por isso, quero-te agradecer por teres chamado por mim. Obrigada por me deixares ver-te vivo uma última vez.

Sei que queres que seja forte, não só por mim, mas também pela mãe, e, apesar de já ter passado quase meio ano, ainda derramo uma lágrima cada vez que penso em ti, ou quando olho para as fotografias que me deixaste como lembrança. Como tu costumavas dizer, todos nós temos as nossas fraquezas e não há que ter vergonha em chorar se for realmente necessário.

Estou a seguir a minha vida, longe de mim ficar presa às lembranças do passado, no entanto ainda existem ocasiões em que sinto a falta de uma pequena parte de mim que parece que voou com o vento.

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